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2 junho, 2023
Quando considerar a alimentação sem glúten?
O glúten é uma mistura considerada mais complexa de proteínas presentes no trigo.
Além dele, existem outros grãos que possuem proteínas semelhantes, como é o caso do centeio, da cevada, do malte e da aveia e são coletivamente chamadas de “glúten”.
Quando ingerem alimentos com glúten, uma pequena parcela da população apresenta um distúrbio conhecido como doença celíaca: o corpo entende essas proteínas como algo tóxico e inicia uma resposta imune causando inflamação da área intestinal.
O dano no intestino delgado leva a vários sintomas gastrointestinais (distensão abdominal, gases, cólicas, dores e diarreia) que podem ou não estar relacionados à má absorção. E nesses casos, o único tratamento possível é uma dieta restrita, sem glúten, por toda a vida.
Saiba sobre outras situações que também podem ter relação com o glúten
A alergia específica ao trigo pode surgir na criança e costuma desaparecer a partir dos 6 anos de idade. Nesse caso, o corpo reage dentro de minutos ou até algumas horas após a ingestão com coceira e inchaço, rinite, dermatite e até anafilaxia. A sensibilidade ao glúten não celíaca também existe e, mesmo não tendo os marcadores imunológicos, o indivíduo sente vários desses desconfortos após o contato com os alimentos que contém glúten. O grande problema para quem tem essas condições clínicas é que a indústria utiliza o glúten em grande escala, já que é ele quem oferece a característica macia e fofinha a massa de pão e outros produtos de panificação, como bolos e biscoitos. É comum o seu uso como aditivo em alimentos processados para melhorar a textura, o sabor e a retenção de umidade. O que acontece é que onde menos se espera o glúten pode estar presente: carnes processadas como presunto e salsicha, substitutos vegetarianos da carne, doces, sorvetes, manteiga, temperos, recheios e molhos e até em cremes dentais, medicamentos e até mesmo cosméticos.Considerações importantes sobre uma dieta sem glúten
O maior desafio, nesses casos, está relacionado à alimentação fora de casa, que ocasiona um impacto negativo na qualidade de vida, problemas psicológicos e um grande medo de contaminação com glúten. Por isso podem surgir alguns questionamentos: e se eu decidir retirar o glúten da minha alimentação? Isso melhora a minha saúde? Ajuda a emagrecer? A resposta para essas questões não é tão simples. Não há evidências suficientes para assumir que quem é saudável, que não apresenta problemas no consumo do glúten, conseguiria ter benefícios com essa restrição na alimentação. Algumas pessoas conseguem emagrecer no início por conta de cortar da dieta as preparações que levam farinha, como pães, bolos e massas. Contudo, a substituição por outros tipos de farinha não muda esse padrão da alimentação e nada tem a ver com o consumo de alimentos calóricos, ricos em açúcar e gordura. Sendo assim, a longo prazo, retirar o glúten só por questões ligadas ao peso não tem se mostrado uma forma eficaz de tratamento da obesidade. Outro ponto é que a retirada desses alimentos implica no risco de deficiências de vitaminas e minerais, constipação intestinal e o surgimento de outras doenças, como problemas cardiovasculares. Portanto, a dieta sem glúten precisa ter uma justificativa, com um diagnóstico da doença celíaca ou da sensibilidade bem detalhada. E para esses indivíduos, a retirada do glúten é só o primeiro passo. O acompanhamento com um nutricionista é fundamental, porque a partir dessa retirada será necessário pensar em outros caminhos, como:- Tratar outras sensibilidades que podem estar associadas, como as do leite, milho ou soja;
- Adequar a alimentação para que não haja deficiências;
- Reorganizar o funcionamento do intestino, através da alimentação e uso de probióticos;
- Melhorar os desequilíbrios hormonais e tratar deficiências de enzimas que podem se associar ao problema.
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