13 maio, 2020
Porque não devemos ganhar peso nesta época de coronavírus
Qualquer ganho de peso no abdômen (mesmo pequeno) aumenta bastante o risco de doenças metabólicas. Se não tomamos cuidado com a gordura visceral ou central, desenvolvemos problemas crônicos com infecções brandas, que estimulam a liberação de citocinas. Essas substâncias tóxicas em excesso causam várias dessas doenças: hipertensão arterial, glicemias elevadas e/ou diabetes mellitus tipo 2, aumento do colesterol e triglicerídeo, arterosclerose e gordura no fígado.
A característica principal desta inflamação crônica é não apresentar qualquer sintoma, dor ou inchaço. A liberação constante destas substâncias pró-inflamatórias afeta o sistema imune, acelera a coagulação e gera uma cascata de processos inflamatórios. Neste contexto, o paciente com obesidade ou aumento da gordura abdominal fica com a imunidade reduzida, ou seja, pode aumentar o risco de agravamento do quadro inflamatório na presença de qualquer infecção adicional - como a do coronavírus, por exemplo.
Como evitar isso? Se alimentando bem e perdendo peso, claro! Nestes dias de isolamento, o ideal é seguir o conselho de Sócrates: conhece a ti mesmo. Só assim você saberá o que deve mudar nos seus hábitos alimentares, reconhecendo e cortando tudo que te faz ganhar calorias. Não será fácil, mas é preciso.
Quanto ao tipo de alimento: O que devemos EVITAR para diminuir o estado inflamatório?
Sabe os pacotinhos de biscoitos industrializados, que você come enquanto vê TV ou fica no computador?! Eles estão cheios de gorduras trans ou de palma. Os famosos "crac-crac" são grandes gatilhos para uma alimentação desenfreada e cheia de carboidratos. Então, o ideal é evitá-los.
Outro grande perigo de alimentos industrializados são as gorduras saturadas, presentes nas carnes vermelhas, queijos, lacticínios, óleo de coco, dendê e processados no geral. Por isso, consuma-os com cuidado.
Tente diminuir ou cortar também das suas refeições os carboidratos simples, presentes em todas as variedades de açúcar (sacarose) industriais. O refinamento do açúcar pode até extrair nutrientes como os minerais, mas não reduz calorias.
Por fim, precisamos falar dos deliciosos mas perigosos alimentos “obesogênicos,” presentes na atemporal dieta de cafeteria. Exemplos: salgados de vitrine, quiches, pizzas, bolos, doces, tortas, rosquinhas, mousses. Sabemos que a tentação é grande, principalmente quando nomes estrelados da gastronomia tentam revitalizá-los de todas as formas possíveis. Entretanto, eles sempre são fontes consideráveis de calorias.
Uma última dica: mantenha sua saúde mental, pois condições psicológicas de ansiedade, estresse e depressão são um prato cheio para a chamada fome emocional (quando passamos a consumir refeições palatáveis para compensar sensações emocionais desagradáveis). Os alimentos citados acima estão entre os favoritos daqueles que sofrem desse quadro. E a situação só tende a piorar em momentos de isolamento social, como o atual. Procure hobbies que ocupem sua cabeça, faça sessões de exercício, medite, leia um livro que você gosta... Assim, será bem mais fácil manter uma alimentação saudável.
Claudia Cravo
Doutoranda em Clínica Médica no setor de hepatologia (doenças do fígado) na UFRJ (2020).
Mestrado em Clínica Médica no setor de gastroenterologia pela UFRJ (2012).
Experiência em nutrição clínica e cirúrgica desde 1997.
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