Dieta para diabéticos: como montar um cardápio?
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17 fevereiro, 2022

Dieta para diabéticos: como montar um cardápio?

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento da glicemia no sangue, o que pode ocorrer pelo aumento da resistência à insulina ou pela deficiência em sua produção. Entre as consequências desse desequilíbrio estão o surgimento de doenças crônicas como retinopatia, nefropatia, doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e neuropatia diabética. A Sociedade Brasileira de Diabetes orienta que os indivíduos portadores dessa enfermidade sigam uma alimentação saudável em associação à atividade física. Ou seja, realizar uma alimentação balanceada, atividade física regular e ingestão hídrica adequada é parte importante do tratamento da doença. Dessa forma, organização e planejamento se tornam imprescindíveis. Outro fator importante a ser observado é o índice glicêmico dos alimentos, que caracteriza-se pelo cálculo da velocidade com o qual cada um dos alimentos ingeridos é absorvido pelo organismo, elevando a taxa glicêmica. Sendo assim, alimentos com alto índice glicêmico têm o poder de elevar a glicemia no sangue de forma ainda mais rápida, consequentemente aumentando a possibilidade do uso medicamentoso de emergência ou até mesmo colocando a vida do diabético em risco. Desse modo, é fundamental obter estratégias com o objetivo de minimizar os efeitos causados por esses alimentos, tais como:
  • Consumir preferencialmente alimentos integrais, pois possuem maior teor de fibras, deixando a digestão mais lenta e reduzindo o pico de glicose no sangue.
  • Preferir o consumo de frutas inteiras no lugar de sucos. Ao extrair o suco de uma fruta, deixamos de consumir uma parte importante dela: as fibras.
  • Desenvolver um olhar crítico para as refeições. Observe se em cada refeição há proteínas, gorduras de qualidade e fibras. Se houver, você está indo pelo caminho certo!
  • Antes das principais refeições (almoço e jantar), coma, como entrada, um prato de salada, de preferência crua, pois a quantidade de fibras presentes nesse prato irá fazer com que o carboidrato ingerido na refeição principal seja absorvido de forma mais lenta, reduzindo o risco de pico glicêmico.
  • Ficar atento às porções. Alguns alimentos, apesar de contarem com um alto índice glicêmico, possuem baixa carga glicêmica. Isso significa que, mesmo que sua absorção seja rápida, eles possuem pequena quantidade de açúcar em sua composição. Dessa forma, o mais indicado é consumir esses alimentos em pequenas porções, evitando o aumento abrupto da glicemia.
Agora, como identificar o índice glicêmico dos alimentos? Para isso, é necessário ter um alimento como comparativo, por exemplo, o pão produzido com farinha branca. A análise é realizada a nível laboratorial e tem por objetivo monitorar o tempo em que o carboidrato consumido é absorvido no organismo. A partir do resultado, é possível estabelecer as gradações (baixo, médio ou alto) de acordo com a amostra inicial. Quanto maior o índice, menor quantidade deve ser consumida a fim de evitar picos insulínicos. Entretanto, quando combinados de forma correta, como mencionado anteriormente, é possível consumi-los diariamente, retardando a digestão. Contudo, é de suma relevância o atendimento nutricional visando o manuseio individualizado da alimentação do paciente portador de diabetes. Nutricionista Gisella Meireles de Castro Lage Nutricionista Gisella Meireles de Castro Lage Titulação: Nutricionista clínica, mestre em Ciências da Nutrição. Instagram: @nutrigisellameireles Telefone: (21) 98600-0750