Alimentação saudável na gestação
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17 outubro, 2018

Alimentação saudável na gestação

A gestação é um estado fisiológico de intensos ajustes hormonais, metabólicos e funcionais. Por isso, merece grande atenção e cuidado com a alimentação e saúde. É importante que a mulher, nesta fase, ganhe o peso recomendado para sua composição corporal do início da gestação.

Algumas gestantes perdem peso no primeiro trimestre, até a 14ª semana gestacional, outras ganham além do recomendado neste período ou em toda a gestação, há aquelas que perdem a gestação inteira ou ganham insuficiente. Existe uma faixa de recomendação de ganho de peso de acordo com o período da gestação segundo o IOM (2009, adaptado), com o propósito de garantir resultados positivos para mãe e bebê.

Para que isso seja possível é necessária uma alimentação saudável e equilibrada, planejada individualmente. Vou apresentar orientações alimentares importantes abaixo.

Inicialmente, lembrando que muitas gestantes sofrem com a constipação intestinal, a hidratação pode ser através do consumo de água, sucos e chás permitidos, como erva-doce e camomila. Muitas apresentam azia, enjôos e vômitos também, e estes sintomas podem levar a uma redução da ingestão alimentar. Por isso, recomenda-se, nestes casos, uma dieta fracionada e menor volume das refeições, evitar alimentos ricos em gordura e preparações muito condimentadas, preferir alimentos mais secos, evitar doces.

Durante a gestação a mulher mobiliza suas reservas de ferro, ácido fólico, cálcio, vitamina A, para atender a demanda do bebê, que encontra-se em crescimento e desenvolvimento acelerado. Desta forma,  é importante o consumo de alimentos fontes destes nutrientes como, por exemplo, fígado bovino, leguminosas, suco de laranja natural, leite e derivados, hortaliças verdes escuras e amarelo-alaranjadas respectivamente.

A gestante deve estar atenta às combinações alimentares nas grandes refeições, como almoço e jantar, deve dar preferência nestes horários aos alimentos fontes de ferro e não consumir junto aqueles fontes de cálcio, pois há competitividade entre estes nutrientes, sendo assim, o leite e derivados devem ser consumidos pela manhã, a tarde e/ou a noite na ceia. Desta forma, a gestante contribui para a prevenção da anemia por deficiência de ferro, para a imunidade, para o crescimento celular e para a formação óssea do bebê.

Hoje em dia, tem se incluído, na alimentação das gestantes, alimentos que contém compostos bioativos, prebióticos além dos probióticos, para melhorar os sintomas digestivos, controlar a pressão arterial que pode se elevar e até auxiliar no controle do ganho de peso.

Dentre os compostos temos os fenólicos, nas uvas, a alicina, no alho, os glicosinolatos, presentes no brócolis e na couve, o licopeno no tomate, os probióticos que são bactérias benéficas que fazem parte do nosso microbioma intestinal, como os lactobacillus e Bifidobacterium, que podem serem necessários repor, e por último, mas não menos importante, os prebióticos, são substâncias presentes nos alimentos, mas não digeríveis e que são usados pelas bactérias benéficas no intestino grosso (cólon) para se equilibrarem e garantirem a saúde intestinal. Toda gestante deverá ter, durante o pré-natal, o acompanhamento nutricional com o nutricionista, para adequar seu plano alimentar e garantir saúde e bem estar ao binômio mãe-filho.

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Dra. Ethel Santos é Mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde pela INU/UERJ e Doutoranda em Ciências Nutricionais pela INJC/UFRJ. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Saúde Materna Infantil/GPSMI/ME/UFRJ é Especialista em Saúde Coletiva IESC/UFRJ e fundadora e coordenadora da NUTRIQUALI Consultoria e Cursos e Espaço Nutriquali.