Como escolher alimentos saudáveis para as crianças
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25 outubro, 2023

Como escolher alimentos saudáveis para as crianças

Os hábitos alimentares se formam nos primeiros anos de vida. A relação da criança com a comida e a formação do paladar são influenciadas pela maneira como a alimentação é apresentada a ela. Crianças que recebem alimentos adequados e saudáveis desde a introdução de alimentos sólidos, têm mais chances de se tornarem adultos com bons hábitos alimentares. Por outro lado, práticas inadequadas afetam a saúde da criança em curto e longo prazo, demonstrando a importância da alimentação na promoção da saúde infantil.

A prevalência da obesidade infantil no Brasil

Mesmo diante dessa evidência, a prevalência de obesidade em crianças vem aumentando exponencialmente no Brasil, com potencial para gerar adultos com doenças crônicas ligadas à obesidade. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, publicados no Atlas da Obesidade Infantil (2019), três em cada dez crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso. Segundo o documento, se nada for feito, até 2030, a previsão é que o Brasil passe a ocupar a 5ª posição no ranking de países com o maior número de crianças e adolescentes com obesidade. Por isso, é fundamental a introdução correta de alimentos e o incentivo ao aleitamento materno, como formas de prevenir a obesidade e doenças crônicas associadas. Leia também: Alimentação infantil: criando adultos saudáveis

Como introduzir alimentos saudáveis na primeira infância

Dada a importância da nutrição adequada, o Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos. Este guia oferece doze passos cruciais para garantir uma alimentação saudável na primeira infância, ajudando pais e responsáveis a navegar por esta fase vital.

Passos para alimentação saudável de crianças com 0 a 24 meses

  • Até 6 meses de idade oferecer exclusivamente leite materno.
  • Amamentar até 2 anos ou mais.
  • Introduzir alimentos in natura ou minimamente processados a partir dos 6 meses.
  • No início da introdução de alimentos além do leite materno, oferecer comida amassada.
  • Oferecer água própria para consumo ao invés de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
  • Não oferecer alimentos que contenham açúcar até os 2 anos de idade.
  • Não oferecer alimentos ultraprocessados.
  • Transformar o momento da refeição em uma experiência positiva de afeto, aprendizagem e diálogo.
  • Oferecer alimentação saudável também fora de casa.
  • Estar atento aos sinais de fome e saciedade da criança, conversar com ela durante a refeição.
  • Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
  • Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
  • Proteger a criança da publicidade de alimentos.
Ainda, segundo o Atlas da Obesidade Infantil, apenas 54% das crianças menores de seis meses ainda estavam em aleitamento materno exclusivo — um aspecto crucial para a saúde inicial. Além disso, 49% das crianças de 6 a 23 meses consumiram algum alimento ultraprocessado, evidenciando a introdução precoce de alimentos não saudáveis. Além disso, conforme o levantamento, 64% das crianças consumiram bebidas adoçadas, 62% biscoitos recheados, doces ou guloseimas e 52% macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados. Os dados mostram também que quase 19% das crianças menores de dois anos já apresentam excesso de peso. Estima-se que esses números estejam muito piores hoje.

Introdução dos alimentos sólidos

É importante considerar a evolução da consistência dos alimentos com a idade da criança. Além disso, oferecer alimentos em separado ajuda as crianças a familiarizarem-se com os sabores individuais, o que é crucial para desenvolver um paladar variado. Esta etapa requer atenção cuidadosa para evitar erros comuns na introdução alimentar. Se oferecemos papinhas em forma de “sopão” liquidificado e tudo misturado, a criança deixa de ser capaz de identificar os sabores que gosta e que não gosta. Dessa forma, tende a rejeitar tudo que surge de novo, em relação ao paladar e texturas. Confira também: 5 passos para as crianças gostarem de legumes! O nutricionista tem a função de desfazer alguns mitos, como a necessidade de liquidificar os alimentos, além da crença de que os ultraprocessados são melhores que a comida feita em casa. Bem como estimular a experimentação de novos alimentos. O que tem sido comprovado por estudos, é que a alimentação complementar tem ocorrido de forma precoce e errônea. Além disso, alimentos como líquidos, mel, açúcar e guloseimas têm sido ofertados precocemente. Por vezes, os pais fazem um esforço enorme para comprar um alimento que julgam ser melhor em função da publicidade. A introdução alimentar é o que vai formar hábitos. Então, é necessário dedicar um pouco mais de tempo a isso, até para prevenirmos, no futuro, o excesso de peso e a obesidade. Uma boa introdução alimentar vai garantir que a criança coma de tudo. E criança bem alimentada não pede guloseimas e bobagens o tempo todo. Ao passo que crianças muito seletivas tendem a preferir alimentos mais calóricos e com poucos ou nenhum nutriente. É necessário que os profissionais da área da nutrição se Acheter cialis en ligne france coloquem no lugar das pessoas, que entendam as dificuldades que elas têm nessa introdução alimentar e nas escolhas alimentares e atuem a partir dessa realidade. Confira mais dicas para trazer a alimentação saudável para a rotina da sua família em nosso blog, e acompanhe nossos perfis no Instagram e Facebook para ficar sempre por dentro de nossas promoções! nutricionista Iris Lengruber Iris Lengruber Nutricionista, mestre em ciências dos alimentos pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, especialista em nutrição oncológica e membro da sociedade brasileira de nutrição em oncologia (SBNO). (21)99649-7505 @IrisLengruber.nutri